quarta-feira, setembro 21, 2016

Bastidores da anistia aos políticos alvos da Lava Jato

Renan Calheiros, outros senadores e o líder do governo Michel Temer na Câmara, André Moura, também participaram das conversas para tentar aprovar anistia

Deputados e senadores afirmaram que havia o acerto para que Renan colocasse o tema em votação ontem no Senado, caso a Câmara o aprovasse na noite anterior


Deputados e senadores relataram que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), outros senadores e o líder do governo Michel Temer na Câmara, André Moura (PSC-SE), também participaram das conversas para tentar aprovar uma anistia aos políticos alvos da Operação Lava Jato. A manobra que envolveu líderes dos principais partidos no Congresso, governistas e de oposição, acabou sendo abortada na noite da última segunda-feira (19).

Na ocasião, o plenário da Câmara Federal tentou aprovar de surpresa projeto tipificando o crime de caixa dois (dinheiro de campanha não declarado à Justiça), com o objetivo oculto de anistiar aqueles que o praticaram até então. Após reação, porém, a sessão foi encerrada sem que o texto do projeto viesse à público.


Deputados e senadores afirmaram que havia o acerto para que Renan colocasse o tema em votação ontem no Senado, caso a Câmara o aprovasse na noite anterior. “Fomos enganados. Fomos chamados para uma sessão do Congresso. Ninguém falou sobre esse projeto. Óbvio que tem o dedo do Senado, houve uma fraude”, afirmou o vice-presidente do Conselho de Ética da Câmara, Sandro Alex (PSD-PR). Em entrevista ontem, Renan negou qualquer participação ou conhecimento das negociações.

Partidos
A articulação pró-anistia contou com a participação do PSDB, PP, PMDB, PR e PT, entre outros. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que está interinamente na Presidência da República, deu aval para a votação, mas negou tentativa de anistia. O texto do projeto circulou nas mãos de poucas pessoas, entre elas o ex-líder do PSDB, Carlos Sampaio, aliado do senador tucano, Aécio Neves. O PSDB nacional negou ter conhecimento do tema.

“O projeto foi defendido por vários líderes, do PT, do PSDB, de partidos do ‘centrão’, vários. Não posso nominar um a um porque eu seria leviano, mas todos os líderes sabiam do projeto”, disse o deputado Beto Mansur (PRB-SP), primeiro-secretário da Câmara, que presidiu a sessão de segunda-feira Ele negou participação no acerto. “Olhei pro plenário, não vi os líderes que defendiam o projeto então falei: ‘Vou tirar essa merda de pauta porque não vou ser eu a me desgastar com uma coisa que eu não tenho nada a ver’”, reclamou

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